Opinião BN


BN Opinião está de volta e ele vem com a participação do Senhor Bruno Nogueira, guitarrista e produtor musical traz um ponto de vista muito interessante sobre o o cenário atual do rock nacional. Já que estamos abrindo o Mês do Rock. É importantissimo ouvir impressões de quem faz musica:


O ROCK PRECISA SER SEDIMENTADO, NÃO SEGMENTADO






Rockeiros, parem de tentar matar o rock.


Vejam só: A dupla sertaneja Fernando e Sorocaba além de fazer muito sucesso, empresariam outros artistas sertanejos. Ou seja, eles vêem tantas oportunidades no estilo que além de ajudar e divulgar outros artistas, lucram "ajudando-os". 

Outra coisa ---> Eu nunca vi um artista de hardnejo, outro de trashnejo, outro de heavynejo ou Emonejo. É tudo sertanejo, desde Tonico e Tinoco até Luan Santana. 

Semana passada, eu ouvi no rádio uma entrevista com Gaby Amarantos, cantora de uma música brega (estilo conhecido como "brega", não que eu a denomine brega) que é tema de abertura de uma das novelas da rede Globo. Pois bem, ela poderia muito bem usar o espaço somente para divulgar o trabalho dela. Mas além disso, estava divulgando a galera do tecnobrega, falando de alguns grupos que fazem sucesso tocando em "aparelhagem" (estilo de festa onde os artistas tidos como "brega" se apresentam). 

E o rock? aaahh, o rock? Mas qual rock? O metaleiro odeia o emo. O punk odeia o metaleiro. O hard rocker é considerado gay. O emo, coitado, apanha dos adoradores dos outros estilos. Mas aquele que não "curte" o emo, escuta Don't Cry do Guns n' Roses ou Poison Heart dos Ramones e se acha o cara mais legal, rockeiro e descolado do mundo por isso. Sem contar os que tocam músicas "emo" e se acham o próprio Ramones, chamando as outras bandas de emo, no intuito de diminuir a outra banda por achá-la EMO. Engraçado né?

E quando uma nova banda de rock aparece, são viadinhos, ou não sabem nada de rock, ou são uns cuzões (pelo que vejo direto nas redes sociais). 

Onde eu quero chegar com isso? 

O rock não acontece mais no Brasil por culpa estritamente dos rockeiros. Não há mais uma "cena". Não há mais cenas como a de Brasilia, ou como a de SP e do Rio nos anos 80.

A cena mais recente que teve foi a do Hangar 110 (vou intitular assim por essas bandas terem tocado por lá), onde CPM22 puxou bandas como Hateen, NXZero (entre muitas outras) e toda a trupe Rick Bonadio, trazendo até bandas de outros eixos pra esse meio, como o Fresno por exemplo. Claro que algumas não tiveram tanto sucesso no "mainstream", mas havia ali uma cena.

De lá pra cá, é uma ou outra banda que trilha sozinha o árduo caminho do sucesso (que pra mim é viver dignamente com os frutos que a banda produz).

Existem algumas pequenas cenas de rock, mas que não crescem exatamente por essa segmentação escrota. 

Enquanto o rock se segmenta cada vez mais, outros estilos se unem cada vez mais. Então, os rockeiros não tem que reclamar de nada. Isso é tudo culpa deles. 

O rock precisa ser sedimentado, não segmentado. 


Por : 

Bruno Nogueira


Edição: 

Leandro Alsaro 

indiebrasil@blogdomaia.net 
l.boasnovas@hotmail.com


O dificil caminho de uma Banda Nova. 

Não sei bem como é lá fora, mas aqui no Brasil é difcil ser uma Banda Nova, você percorre um calvário para divulgar seu trabalho, você luta contra a falta de espaço na midia, e ainda por cima tem que ficar sempre na sombra de velhos medalhões do rock nacional, que são tipo boomerang, vão e voltam. E assim o novo é sempre subjugado e marginalizado. 

                                                                   


Me chama atenção esse movimento, e é preocupante para a cena, uma vez que a midia da mais importância para a volta do RPM pela enécima vez do que tentar garimpar algo fresco sincero e cheio de gás. Que definitivamente pode sim contribuir para o crescimento do Rock no pais. Mas raramente alguem aposta, é como um ciclo vicioso, tocar o que todo mundo ta acostumado a ouvir é mais facil. E os mais novos antigos sucessos sempre estarão lá na tv nas radios comerciais. Estampando cada vez mais a falta de originalidade e uma pouca vontade tremenda quando se é visivel que alguns medalhões voltam apenas para fazer caixa e não demora para se encerrar novamente. 


Enquanto isso as bandas novas estão lá batalhando fazendo shows, gostando daquilo do que fazem, pagando para tocar. Cada espaço é uma vitória. Até as vezes havendo injustiças, elas estão lá mantendo a qualidade. Mostrando-nos a essência de se fazer musica, e nos lembrando que o dinheiro faz parte mas não é tudo. 

Não sei dizer se o tempo corrompe as bandas, mas sei dizer que de um universo de 20 bandas que tocam por ai, 1 só tem chance de despontar e mostrar seu trabalho para as massas. E acreditem o BN nesse um ano de existencia ja viu muita coisa boa. E é uma pena não haver espaço para todos. Muitos ficarão pelo caminho. Mas a experiencia de fazer musica por amor, vai ficar na lembrança de todos os integrantes dessas bandas. Mesmo que elas não tenham, "seu lugar ao sol". 

Quanto aos medalhões eles continuarão lá, fazendo musica, de forma burocrática, em um formato ja batido, que ainda arrebata milhares. Subjulgando a paixão e previlegiando seus interesses. 

O BN apoia as novas iniciativas musicais e garantirá sempre o Espaço para as Boas Novas da Musica nacional. É tão underground quanto essas bandas, mas ainda sim tenta ser um oásis em meio tanta mesmice. 

Por 

Leandro Alsaro.

Ps: O BN respeita e não tem nada contra ao trabalho do RPM até porque foi uma das primeiras bandas que o blogueiro ouviu quando criança. Mas o blog questiona apenas esse sistema que previlegia apenas quem ja tem algum nome e esquece de quem tá ralando. Mas isso ainda vai mudar, um dia quem sabe?! 






Rock In Rio 2011 - O que esperar do Festival?

Dez anos depois e mais 8 meses de espera, o Rock Rio, volta esse ano para a cidade que da nome para festa. Com sua marca consolidada, no mundo. E um know how invejavel, a cidade do rock voltará a sediar, shows interessantes. Mas o que esperar de um festival tão mixegenado, onde vemos pouco "Rock" e muito marketing? 




Demorou, para retonar ao Brasil, foram 10 anos se internacionalizando, com duas edições na Espanha e em Portugal. O Rock In Rio volta com status, de mega produção, com uma cara mais arrojada, um discurso politcamente correto, dessa vez ainda mais forte. Um festival, que demonstra muito interesse nos mais diversos publicos, mas meio que se esquece do rock. Amanhã por exemplo no primeiro dia do festival, haverá um show memorável TItãs e Paralamas no Palco Mundo. Depois esquece, tem Claudia Leite, Rhiana até o Milton Nascimento e a Katy Perry passaram pelo palco Mundo. Isso só para dar um exemplo para não ser injusto destaco o Elton John os shows dele constumam ser bons e emocionam. 


Só no sabado o tal do Rock da o ar da sua graça no palco Mundo, NX Zero (?), Stone Sour, Snow Patrol e Red Hot Chilli Peapers, vai ser um dia  para assistir do começo ao fim, a excessão dessa lista é o Nx Zero, bem mas seria bem pior se fosse o Restart. Mas ae o palco Sunset salva nesse horario tendo um interessante encontro de Marcelo Yuka, Tulipa Ruiz e Amora Pera. Tudo bem,  talvez não tão interessante assim, mas melhor do que assistir o NX Zero!


Domingo, dia 25 vai ser o melhor de todos no palco mundo e no Sunset também, o palco principal do festival, vai abrir seus trabalhos com o Coheed and Cambria, (mentira, é o Glória que abrirá os shows do Palco mundo no dia 25 mais, pula!). Depois como dizia o outro em um programa de rádio, " vistam suas armaduras", porque o bicho realmente vai pegar: Motorhead Slipkont e Metallica, preciso falar mais alguma coisa? Só uma coisa: esse blogueiro estará lá nesse dia com muito orgulho. Ver uma banda que está começando, e depois 3 que ja fizeram história, e tão fazendo um som fodido até hoje não tem preço! Essa noite vai valer o festival todo! Ah! Estava esquecendo do Palco Sunset, claro, só para vocês terem uma noção a coisa vai começar com o encontro do Matanza com o B Negão vai ser no minimo excentrico, depois Korzus toca com o The Punk Metal All Stars. E ainda rola o encontro do Angra com a Tarja Turunen e para fechar Sepultura com Tombours of Bronx. A programação ta muito interessante nos dois palcos. 


Porque ai na Quinta feira dia 29, a estrela maxima da noite será o Stevie Wonder, e ae não é Rock, apesar de eu respeitar muito o trabalho dele e tem Jamiroquai, para quem gosta é uma boa. E vai rolar uma homangem legal, para a Legião Urbana, com orquestra, e a participação dos remanescentes da banda de Renato Russo, Paulo Bonfá e Dado Villa Lobos. 


A sexta dia 30 se você não gosta de musica pop em doses cavalares, não chegue perto da cidade do rock e muito menos ligue a tv. É  a noite que fecha com Shakira. E para por ai. 


No sabádo 01 de outubro dá para salvar o Maná e o Codplay, e esperando sinceramente que seja um show mais empolgante do que foi no Lollapaloza ha um mes atrás. 

E fechando   o festival no dia 02/10 o rock da as caras de novo: Pitty, Evanescense, que deve incluir em seu repertório várias musicas do seu próximo cd que será lançado no fim de outrubro. System of Down, deveria estar no line up do dia 25, e Gun s´ Roses Trabalhando o eterno "Chinese Democracy", alguem ainda acha graça  em ver essa banda ao vivo, sem o Slash ? Fica a pergunta ... 

Enfim, o Rock In Rio promete uma estrutura luxuosa, pomposa, alem de querer proporcionar uma experiencia unica aos fãs de musica (não só de rock né ?) . Espero mesmo que o festival não se perca em meio essa torre de babel musical e esse discurso policamente correto que tanto me incomoda, todos os festivais, hoje se preocupam em ser bonzinhos limpinhos e engajados a musica não precisa ser bom exemplo sempre há momentos que ela precisa ser forte impactante e boa Quer um bom exemplo disso, nem todo mundo que ia ao Hollywood Festival iria sair de lá fumando, assim como nem todo mundo vai sair do rock in rio querendo fazer um mundo "melhor".


Mas além de ser um festival musical, vai ter parque de diversão, praça de alimentação, e até promessa de banheiros decentes. Bem se  for mesmo um festival de Rock, a parte do banheiro não será cumprida. Mas o grupo dos medinas deixam bem claro que querem e entreter, e pelo jeito vão cunprir essa missão. E sem duvida nenhuma, vão lucrar muito mais do que investiram. 

Porque ainda sim, o  Rock arrasta multidões, mesmo que seja só no nome !


Por 


Leandro Alsaro 



11/09 -  Se o Mundo Mudou a Musica mudou também. 

Talvez nunca mais teremos uma manhã tão estranha quanto aquela de terça -  feira 11 de setembro de 2001. O país simbolo da cultura ocidental, caia de joelhos, por seus flancos desguarnecidos, sendo pego de surpresa em um de seus mais imponentes estandartes. Todos que se lembram daquela faditica manhã sempre irão saber bem onde estavam quando viram as duas torres em chamas, e depois desmoranando. Todos atônitos vendo ao vivo pela tv tudo que ocorria, afinal o mundo nunca estava tão interligado até então! A informação não era mais questão de tempo. Mas quem assistia ou vivia tais situações, não podia imaginar nas mudanças que aqueles acontecimentos provocariam ao mundo. Toda aquela onda progressista e otimista propagada pelos anos 90 sem a "Guerra Fria", costurando fragéis acordos de paz construidos durante aquela década . Dando nos uma falsa impressão, que os anos 2000 seriam prósperos. Nos enganamos! Pois se o Mundo Mudou a Musica mudou também!



Dez anos depois 2 "guerras ao terror", uma nova ordem mundial era estabelicida não se tratava mais entre socialistas x capistalistas, agora era vez dos que estão a favor ou contra aos EUA. Em sua jornada revangista, por sua justiça aos quase 3 mil mortos, que custaram tantas outras vidas. E desencadeiou um processo de insegurança em todo mundo, pois não haveriam exercitos que pudessem deter aviões comerciais sequestrados. O perigo não viria mais de fora para dentro. E o ideário americano era colocado em Cheque. O presidente Bush, muito questionado por sua elelição dois anos antes. Consegue se reeleger e conclama o mundo para encampar a batalha contra o terror e escolhe as nações a serem atacadas. E se fortalece graças a essa postura. E é ai que a musica começa a sentir os efeitos dessa mudança, de um mundo belo e prospero que os anos 90 nos deixava, para os dias tristes de guerras, perdas e incertezas que seguiriam através da primeira década do século 21. O bom humor e o otimismo é meio que deixado para trás e surgem "os filhos do 11 de setembro". Como o My Chemical Romance, aquela juventude, errante buscava referencias que expressassem suas duvidas e dores. Nunca o Rock norte americano foi tão triste e melancolico. Mas a musica é isso um raio -X de uma sociedade e se olharmos bem. Era bem isso que a cultura norte americana precisava, curar suas feridas. 

Nos anos subsequentes com a interminável "guerra ao terror" encapada por Estados Unidos e Inglaterra, mais alguns atentados em Madri e Bali. A musica começou a reagir. E surgiu um grito muito estridente dentro mesmo dos próprio EUA. Uma banda que nunca esteve muito ai para nada, faz sua obra prima. E deixa os conservadores daquele pais cheio de ressalvas. Surge o "American Idiot". Um alivio para os ouvidos oprimidos. Cheio do peso,  criticas ácidas a guerra, as politicas adotadas pelo governo do então presidente Bush. Um tapa na cara do American Life Style. E o fim da acomodação dos americanos após o trauma sofrido em 2001. Não digo que tenha sido o estopim mas foi uma manifestão importante vinda da banda  de Billy Joe e companhia que antes fazia punk rock por diversão.  E conseguiu criar algo que vai ficar  para a galeria dos grandes albuns dos século XXI.





O mundo mudou o poder trocou de mãos, e como sempre a Musica acompanha, dez anos depois, vemos alguns sinais de recuperação do trauma sofrido, e talvez estejamos nos aproximando de mais um periodo de prosperidade. A cultura mundial absorveu o impacto! E nunca a produção musical teve tanta qualidade durante esse século como esta tendo os três ultimos anos.


O mundo não é o mesmo desde daquela Manhã de Terça Feira de 11 de setembro de 2001. Mas mesmo com todos os traumas e sequelas o mundo e a musica mostram que caminham juntos e estão prontos para seguir  adiante !




Por 


Leandro Alsaro. 




Nota: 


O BN respeita todas as vitimas dos atentados ocorridos em 11/09/2001. Mas não concorda com as politicas adotadas pelo EUA no decorrer dos anos pois mais vidas foram perdidas para ambos os lados! E ainda espera que a solução para o problema venha por vias diplomáticas.( Coisas de um Blogueiro idealista). 




Quando o Passado e Presente se Convergem! 









Nesse fim de semana fui a dois eventos diferentes. Um mostrava a história do Rock, seus altos seus baixos, os idolos que se foram, os dias gloriosos, bandas épicas, no emocionante "Rock Around The Room" dirigido magestralmente por Roberto Maia. Logo após ao espetaculo, conversei com o próprio (momento inesquecivel). Ótima conversa sobre os caminhos da musica a midia. Que até certo ponto me fez desacreditar no crescimento do Rock nesse pais durante essa década. Pelos motivos obvios as cartas marcadas, o vicio, o fácil. A falta de coragem em inovar. Coisa que o Maia sempre fez muito bem, mas sabemos muito bem que isso não é unanimidade no meio. 





Mas ontem exatamente um dia após daquela viagem sensacional ao passado, que até me fez sentir falta de um tempo que não vivi! Fui assistir um mini festival de bandas no bar "Fidalga 33". A convite da Banda Mafalda Morfina. E ali vi uma energia, essencialmente Rock ´n´Roll. A molecada gosta daquilo que faz. E a molecada que estava  ali para assistir também gostava bastante daquilo que ouvia. 


E é nesse ponto que Passado e Presente se  Convergem. Pois, assim como havia paixão nos anos 60 hoje também há. Pode ser que os motivos sejam outros. Pode até ser que essas bandas nem inspirem o ar da fama. Ralem muito, mas como é um meio muito seleto e injusto não passem dessa fase de tocar no Underground Paulistano. Mas mesmo que seja assim eles tocam com orgulho, com alegria e acreditando muito no trabalho que está sendo realizado. 


Nesse fim de semana fui a dois eventos, dois espetáculos, onde aprendi a mesma lição. E mesmo distintos se convergem e se conversam. Pois os velhinhos de ontem é quem dão forças e inspiração para a molecada de hoje continuar fazendo musica. E não só musica por musica, mas musica com paixão assim como nos aureos tempos. E como esse blogueiro é um otimista incorrigivel, talvez estejamos trilhando para tempos melhores. Talvez mais democráticos. Claro! Muita coisa tem que melhorar e e evoluir. Mas nesse semana eu vi que não há como desanimar! 

Enquanto a chama do Rock estiver acessa, sempre haverá uma Boa Nova, tocando em algum barzinho de qualquer lugar desse pais. E assim se refaz a esperança e a certeza. Que o futuro está em boas mãos. 


Agradecimentos: 


A Roberto Maia ( Simplesmente grande Mestre ! gente finissima !  Admiravel sempre.) 


A Banda Mafalda Morfina ( Pessoas acima de tudo, com coração enorme e muita paixão naquilo que fazem) 

Por 

Leandro Alsaro.